PESQUISADOR INTEGRANTE DA RECONAL-Edu REALIZA ENTREVISTA COM MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
No último dia 14 de agosto de 2024, às 16h30 min, o Professor Dr. Paulo Sérgio Dutra integrante da Rede de Pesquisa e Extensão em Educação das Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil e América Latina – RECONAL - Edu e professor do DACHS – Departamento Acadêmico de Ciências Humanas e Sociais, UNIR/JP, entrevistou em Brasília, na sede do STF, o Ministro Gilmar Ferreira Mendes.
A entrevista se deu no âmbito do estágio de pós-doutorado em curso na Universidade Federal Fluminense, cujo tema é “Intelectuais Negros em Mato Grosso entre os anos de 1869 e 1940”.
A partir de pesquisas em jornais de época, o Prof. Dr. Paulo Sérgio Dutra tem construído a trajetória do Desembargador Joaquim Pereira Ferreira Mendes nascido na cidade de Diamantino/MT, um homem negro, de pele retinta, de família abolicionista que ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo em 1887, tornou-se procurador em 1891 na Comarca de Tietê/SP, foi Diretor Geral de Instrução em Mato Grosso 1893-1895, desembargador do Estado de Mato Grosso entre 1907-1920, além de contribuir para a criação do Instituto Histórico Geográfico de Mato Grosso em 1919.
A pesquisa revelou também que Lamartine Ferreira Mendes e Francisco Alexandre Ferreira Mendes, filhos do referido desembargador trilharam os estudos na Faculdade de Direito e atuaram como cronistas, folcloristas, integraram a Academia Mato-grossense de Letras e o Instituto Histórico Geográfico de Mato Grosso.
Sobre a relação do Ministro Gilmar Ferreira Mendes com a Família Ferreira Mendes, assinala-se que o pesquisador conseguiu construir a árvore genealógica da referida família e identificou o Ministro como bisneto do Desembargador Joaquim Pereira Ferreira Mendes.
Dessa forma a pesquisa tem apontado também para outros homens negros que participaram da construção de uma intelectualidade mato-grossense no início do século XX, como o etnólogo João Barbosa de Faria, responsável pela coleta de vocabulário dos povos originários presentes nas regiões de Pimenta Bueno, Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho, entre os anos de 1923 e 1928 e Francisco Antunes formado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, que além de exercer a advocacia enfrentou os discursos racistas escrevendo em jornais com A Cruz, na década de 1920.
Em relação a participação de mulheres negras na construção de uma intelectualidade mato-grossense, o pesquisador apontou a participação da Profa. Bernardina Rich na criação do Grêmio Julia Lopes e da Revista Violeta, e de Zulmira Canavarros, em 1909, na carreira como compositora, pianista, atriz e diretora de teatro.
Sobre a pesquisa o Prof. Dr. Paulo Sérgio Dutra participou do V Colóquio Raça e Interseccionalidades sediado na cidade do Rio de Janeiro, realizado na UNIRIO, no período de 24 a 28 de junho, no qual apresentou o trabalho intitulado “Um intelectual negro na Comissão Rondon entre 1907 e 1941”, e participará também do XIII COPENE NACIONAL – Congresso de Pesquisadores Negros/as na cidade de Belém apresentando o trabalho intitulado “Entre os homens da moderna geração: trajetória de uma família negra em Mato Grosso na intelectualidade entre 1887-1921”.
No Encontro de Jovens Pesquisadores, JOPEQAL 2024, que será sediado em Buenos Aires na Argentina no período de 20 a 26 de outubro, o pesquisador apresentará o trabalho intitulado: “Intelectuais Negros em Mato Grosso: uma pesquisa nas revistas do IHGMT”.
Na
UNIR, o Prof. Paulo Sérgio Dutra tem compartilhado pesquisas e estudos
com o Prof. Dr. Claudemir da Silva Paula, Diretor da UNIR/Campus de
Vilhena, líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e
Migração - GEPRAM, grupo que está presente nos Campi da UNIR em
Ji-Paraná e em Vilhena.