Orientados pela professora Drª Jaçanan Eloisa Milani, estudantes do curso de Engenharia Florestal apresentaram em maio ao Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT (Musear) suas propostas para o projeto de extensão "Recomposições multiespécies entre o museu e a cidade: arborização e paisagismo". O projeto do Musear em parceria com a Engenharia Florestal consiste em uma ação interdisciplinar que visa contribuir para a readequação dos espaços externos do museu, melhoria na climatização, sustentabilidade ambiental e a educação museal.
O objetivo inicial do projeto foi identificar as espécies botânicas presentes nas áreas externas do museu e repensar a forma de habitar o entorno, considerando o conforto térmico para visitantes e a melhoria da eficiência do condicionamento climático do acervo. Ao todo, 101 indivíduos arbóreos foram identificados pelos alunos no entorno do prédio do museu e da reserva técnica, supervisionados pela professora durante a disciplina de Arborização e Paisagismo.
"Os estudantes fizeram um levantamento in loco da vegetação para entender o que tinha, as espécies nativas, as espécies exóticas, as exóticas invasoras, para conhecer realmente o espaço. E depois os grupos foram divididos para que cada um pudesse criar uma proposta de paisagismo para o museu levando em consideração aspectos da vegetação e de conceito que esse espaço e seu entorno pudesse transmitir para quem frequenta o local", explica a professora Jaçanan.
Além do conforto térmico, o projeto também levou em consideração questões como expansão do Musear, com o objetivo de levar o museu para além de suas paredes; e sociabilidade, com o intuito de tornar o local um ambiente ainda mais agradável para o convívio tanto dos estudantes da região, como dos visitantes, possibilitando ainda a conexão com outras unidades da UFMT, como, por exemplo, o Instituto de Linguagens (IL), o Parque Aquático e o prédio de Serviço de Psicologia Aplicada (SPA).

Para o deck do museu, os empenhos foram concentrados em trazer para o local possibilidades de lazer cultural, transformando o espaço em bom local para a realização de espetáculos de música, teatro, eventos de literatura e artes, além de feiras para a comercialização de produtos indígenas, quilombolas e da Reforma Agrária.
Para a orientadora do projeto, a ocasião foi importante para que os estudantes pudessem pôr em prática o que vinha sendo estudado em sala de aula. "A oportunidade foi extremamente satisfatória e importante para o desenvolvimento e habilidades dos alunos. Nós discutimos todos os projetos e tratamos de transformar tudo em uma proposta única. O resultado nos deixou felizes", afirma Milani.
Jardim etnobotânico
A partir do projeto, a intenção do Musear é ampliar as espécies do bosque para a criação de um jardim etnobotânico. "A ideia de recomposição do bosque é incluir espécies que venham dos conhecimentos dos povos indígenas também. Em um segundo momento, esperamos ter a participação dos povos indígenas para trazer espécies das aldeias. Queremos que o espaço de fora possa dialogar com o acervo que temos. Queremos que o museu vá além de suas paredes e alcance em diversos aspectos as comunidades interna e externa", destaca a professora Sônia.
Por: Safira Campos, Bolsista de Apoio Técnico - Comunicação