O consumo de água contaminada por agentes microbianos patogênicos é responsável pela morte de dois milhões de pessoas todo o ano no mundo. Diante dessa problemática a desinfecção da água pela radiação solar é uma solução simples, de baixo custo e eficaz, que é praticada a nível doméstico, em muitos países em desenvolvimento. O objetivo deste estudo foi avaliar o tempo de decaimento bacteriano e a eficiência desta técnica na região Centro Oeste do Brasil, com base na inativação de duas espécies bacterianas utilizando quatro sistemas diferentes para a desinfecção solar. Primeiramente se construiu três concentradores revestidos com espelho, lata de alumínio, tetra pak e ainda um sistema sem concentrador. Em seguida foi coletada água de poços rasos de uma comunidade localizada em Cuiabá, MT, que apresentaram contaminação microbiológica por coliformes totais e Escherichia coli para averiguar a eficácia da técnica, com água contaminada naturalmente. Depois deste feito realizou-se a contaminação em laboratório de água de poço estéril com cepas padrão de Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e se aplicou a técnica, dessa vez com água contaminada de forma controlada. Quando se tinha boas condições climáticas e tempo aberto todos os sistemas utilizando água contaminada em laboratório apresentaram 100% de eficiência, o que já não ocorreu com água dos poços contaminados, onde a inativação dos microrganismos nem sempre atingiu uma boa desinfecção. A análise de variância da temperatura e a modelagem matemática mostraram que existe uma variação de temperatura significativa quando comparados os quatro tipos de sistemas utilizados, fator que não interfere na eficiência da desinfecção, visto que todos os tratamentos obtiveram 100% de eficácia na inativação dos microrganismos no experimento controlado. Os resultados sugerem que na região de estudo apenas a exposição de garrafas ao sol já é eficiente, além de mais barato quando se tem boas condições climáticas (tempo limpo).
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