Plano de recuperação de áreas degradadas de trechos da cabeceira do Rio São Lourenço, Campo Verde – MT, mediante diagnóstico rural participativo.

Autor: Carlos Henrique Bonsi Checoli

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: DRP, Mecanização, Muvuca, PRAD, Recursos hídricos

Este trabalho teve como objetivo recuperar trechos de área de preservação permanente degradada, considerando princípios do Diagnóstico Rural Participativo e o uso de técnicas de nucleação no plantio de sementes. As intervenções ocorreram em um dos tributários que formam o rio São Lourenço no município de Campo Verde, sudeste de Mato Grosso. O Diagnóstico Rural Participativo foi adotado para fortalecer a participação social, a partir da construção de novos conhecimentos relacionados à gestão dos recursos naturais, uma vez que a área de estudo é composta por três diferentes proprietários, com diferentes perfis socioeconômicos. Houve o estabelecimento de indicadores para avaliação mais objetiva dos resultados obtidos. Foram realizados encontros apresentando projetos em desenvolvimento pela UFMT, para, na sequência, ocorrer a construção coletiva do plano de trabalho relacionado à recuperação da área degradada. Durante as reuniões foram utilizados questionários semiestruturados, diagrama de Venn, matrizes, transectos e tabelas. Os resultados das ações foram positivos, pois viabilizaram a extração das informações necessárias para o desenvolvimento do projeto. A execução dos trabalhos de campo para implantação do plano de recuperação de área degradada (PRAD), contou com o apoio total dos proprietários das áreas para a realização dos trabalhos de campo, disponibilizando máquinas, funcionários e, em alguns casos, recursos financeiros para a consolidação do PRAD. A área submetida à intervenção (PRAD) foi de 6,5 hectares. Foram criados núcleos de diversidade, que corresponderam a 05 tratamentos:T1- regeneração natural em área com brachiária; T2- plantio de mudas e de muvuca de sementes com plantadeira a vácuo e barreira de crotalária; T3-idem T2, sem barreira; T4-plantio de muvuca de sementes com plantadeira a vácuo; T5-plantio de muvuca de sementes com distribuidor de adubo. Cada tratamento apresentou um modelo de recuperação diferenciado do outro, Os seguintes indicadores de progresso foram utilizados: ICS-índice de cobertura do solo, densidade de indivíduos e riqueza de espécies, incluindo, ainda, a eficiência econômica e o registro fotográfico comparativo. Os indicadores permitiram a avaliação dos 05 tratamentos, compostos por 03 parcelas de 81 m2 cada, totalizando 15 parcelas monitoradas. Todos os tratamentos apresentaram um bom ICS, ou seja, acima de 60% da cobertura do solo. A densidade variou, em média, por tratamento, de 56,3 a 83,7 indivíduos plantados/tratamento, com número de indivíduos pertencentes às espécies que não eram de ciclo curto (perenes) variando de 8,7 a 15 indivíduos por parcela. A riqueza variou de 2,7 a 5,3 espécies perenes/tratamento. A comparação dos custos nos tratamentos contemplou o isolamento e plantio de sementes e mudas em núcleos, e considerou insumos e serviços utilizados nas ações, tendo como resultado o melhor custo benefício o T2, sendo o T1 o mais caro em função do isolamento com cerca sem a inoculação ou plantio de sementes e mudas. Na avaliação dos registros fotográficos fica evidente a evolução dos núcleos de recuperação, quanto à cobertura do solo e a ocorrência da sucessão ecológica secundária. É possível notar a diferença na etapa inicial da sucessão ecológica nos trechos submetidos ao PRAD. O projeto é considerado pioneiro na área de estudo, considerando a adoção de técnicas de nucleação, evidenciado resultados inovadores do ponto de vista ecológico, econômico e social, devido à qualidade da restauração ecológica, à economia de recursos em detrimento dos métodos convencionais de recuperação de áreas degradadas, bem como, à participação social no processo decisório de implantação do PRAD.

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