Pesticidas em Sedimentos de Fundo de Cursos d’Água em Áreas Agrícolas de Mato Grosso.

Autor: Roberta Scanagatta dos Santos

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Pesticidas. Bifentrina. Sedimentos.

O sedimento desempenha importante função ambiental pois possui alto potencial de reter e acumular espécies químicas, sendo fundamental o seu estudo no monitoramento da qualidade dos recursos hídricos. Objetivou-se com este estudo determinar a suscetibilidade à contaminação de sedimentos de fundo de cursos d’água por pesticidas em três microbacias pertencentes à bacia hidrográfica do rio São Lourenço, cujas áreas possuem cultivo predominante de algodão, soja e milho que usam elevadas quantidades de pesticidas. As amostras de sedimentos de fundo foram coletadas mensalmente durante um ano, em seis pontos amostrais, localizados no córrego do Pulador, córrego Entre Rios e riacho Ponte de Pedra, totalizando 72 amostras. Foram analisados 23 pesticidas. A extração das moléculas de pesticidas nas amostras de sedimentos foi realizada pelo método QuEChERS e a identificação e quantificação foi por cromatografia a gás acoplada a espectrometria de massa (CG-MS/MS). Para análise de resíduos de glifosato foi utilizado o método de cromatografia de troca iônica (CTI). Dezenove pesticidas foram detectados em concentrações variando de 0,0054 mg.kg-1 a 0,769 mg kg-1 . A bifentrina foi o princípio ativo detectado com maior frequência e em maior concentração (0,769 mg kg-1). No córrego Pulador, houve a detecção do maior número de ingredientes ativos (17). A partir dos resíduos de pesticidas encontrados, das propriedades físicas e químicas dos sedimentos e das características paisagísticas da área de entorno e do curso d’água é possível inferir que o córrego do Pulador, que tem característica de ambiente lêntico, possui maior suscetibilidade a contaminação por pesticidas aplicados em culturas agrícolas. Nas outras microbacias estudadas, houve a ocorrência eventual de algumas moléculas em concentrações mais baixas, mostrando-se menos vulneráveis. As concentrações e
frequência de detecção relativamente baixas, na maioria dos casos, permitem concluir que há baixo risco para o ambiente aquático na região avaliada. Entretanto, é importante a continuidade desse monitoramento de modo a produzir informações de longo prazo que subsidiem a tomada de medidas de mitigação de modo a evitar uma possível contaminação identificada pela detecção de algumas moléculas nos sedimentos estudados.

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