Diagnóstico da percepção socioambiental em áreas de risco à inundação e alagamento em Santo Antônio de Leverger-MT

Autor: Fernanda Silveira Carvalho De Souza

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: educação ambiental, Oficinas Participativas, Recursos hídricos

A Educação Ambiental pode ser considerada uma proposta educativa voltada à sensibilização das pessoas para os problemas socioambientais e uma ferramenta de suma importância à gestão sustentável de um município. Neste sentido, a área objeto deste estudo foi o município de Santo Antônio de Leverger (MT), com boa parte do seu perímetro urbano inserido no Bioma Pantanal e sujeito aos processos de inundação e alagamento sazonais que influenciam a vida das comunidades. Dados os problemas socioambientais relacionados a esses processos e vivenciados pelas comunidades instaladas em área de risco à inundação e alagamento, o objetivo deste trabalho foi realizar atividades de Educação Ambiental de caráter não-formal com esses moradores. Por meio de uma abordagem metodológica participativa, foi realizado o diagnóstico ambiental das áreas, bem como entendida a percepção ambiental dos seus moradores para a realização de oficinas participativas. O diagnóstico mostrou que todas as residências visitadas se encontravam em áreas de risco predominantemente elevado à inundação e alagamento e apresentavam algum tipo de adaptação. Ainda assim, uma pequena parte dos moradores precisa deixar suas residências temporariamente quando a água as invade. Foram constatados problemas com a coleta de resíduos sólidos, a disposição final dos mesmos e com o lançamento inadequado de esgoto, tendo em vista que não existe rede de coleta e tratamento de efluentes na cidade. No que tange à percepção ambiental, os entrevistados demonstraram entender os processos de inundação e alagamento, embora a maioria defina-os como sinônimos. Alguns moradores não se sentem adaptados aos processos de inundação/alagamento e aceitariam mudar para outro lugar, inclusive, vários já contabilizaram perdas em virtude dos processos mencionados. A participação numérica dos moradores nas oficinas participativas foi pouco expressiva, contudo, a qualidade da participação superou as expectativas. Embora os grupos tenham demonstrado forte tendência a depositar as responsabilidades pela solução dos problemas socioambientais unicamente na Prefeitura, esta visão foi superada no decorrer das oficinas conforme os mesmos se enxergaram como peça-chave no cenário das situações expostas e sugeriram algumas ações que pudessem partir deles. Considerando a proposta de um processo educativo crítico e emancipatório, serão desenvolvidas estratégias que garantam que o processo seja contínuo e permanente.

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Estudos Geológicos, Hidrogeológicos e Geofísicos para Caracterização do Aquífero Pantanal na Região de Poconé-MT

Autor: Chauanne da Cunha Guimarães

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Aquífero Pantanal – Prospecção Geofísica – Estimativa de Recarga

O Pantanal de Poconé é uma das subdivisões do Pantanal Matogrossense, que está localizado no centro-oeste do Brasil e constitui-se na maior planície inundável do Planeta. A Bacia do Pantanal foi formada pela ação da Orogenia Andina e, na verdade, é uma bacia tectonicamente ativa, preenchida por sedimentos do Neógeno e do Quaternário, depositados diretamente sobre rochas Pré-Cambrianas. Este trabalho tem como o objetivo ampliar os conhecimentos acerca do Aquífero Pantanal. Foi realizado um levantamento elétrico, usando a técnica de Sondagem Elétrica Vertical (SEV), para melhor conhecer as características físicas do aquífero, como espessura e composição das camadas sedimentares, de modo a aprimorar o conhecimento sobre o potencial hídrico subterrâneo. Além da Prospecção Geofísica, foram coletadas algumas amostras de solos e, com as medições do nível freático, foi calculada a estimativa de recarga natural desse aquífero pelo método da Variação do Nível Estático da Água (VNA). De uma maneira geral, encontrou-se o embasamento da bacia nas primeiras SEVs, porém, na maioria das sondagens, o embasamento estava profundo demais para ser detectado por esta técnica. O pacote sedimentar da Formação Pantanal apresenta variações entre interfaces argilosas e arenosas, e chega a ter mais de 600 metros de espessura. Foram detectadas várias falhas normais, indicando ação da tectônica responsável pela atual subsidência da bacia. A estimativa de recarga indicou alto valor de infiltração, decorrente de solos com alta porosidade e permeabilidade.

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Distribuição Espacial dos Aquíferos: Diamantino, Raizama e Araras, em uma parte do município de Nobres – MT

Autor: Sergio Pytagoras Constantini

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Aquiferos, Rochas sedimentares e cársticas, Sondagem Eletrica Vertical

A região, localizada no divisor de águas das bacias Platina e do Amazonas, apresenta aquíferos dos tipos sedimentar e cárstico, e é caracterizada por duas séries de dobramentos de baixo grau geradas durante a orogênese brasiliana, que afetou a área e gerou planos de fraturas ao longo da região. Os principais aquíferos da área são o Diamantino e Raizama, sedimentares; e o aquífero Araras, cárstico, no qual o comportamento hidrológico está associado às estruturas geológicas pouco estudadas. Este trabalho tem por objetivo delimitar os aquíferos da área e entender como estes se comportam em um contexto de complexo dobramento e falhamento, utilizando métodos geofísicos. Foi utilizado o método da resistividade associado aos dados estruturais disponíveis na bibliografia. Para a obtenção dos dados de resistividade foram analisadas 13 ensaios geofísicos, sendo oito realizados pelo autor e outras cinco, encontradas na literatura. A técnica empregada foi a Sondagem Elétrica Vertical (SEV), que consiste na investigação da variação vertical de resistividade em uma seção geológica, e foi utilizada para determinar a espessura e profundidade das camadas sedimentares. Para a investigação hidrogeológica foi empregado o arranjo Schlumberger. Os dados foram tratados no programa IP2win, onde foi gerado um gráfico logarítmico com os dados de resistividade e de abertura do arranjo de eletrodos. A partir destes dados foram elaborados dois perfils geológicos e um mapa da compartimentação aquífera da área. A partir das analises dos dados geofísicos constatou-se que, na área, os aquíferos encontram-se dobrados, através de uma, sequência de dobramentos, uma dobra sinclinal e uma anticlinal, com eixos NEE; e cortados por uma falha de cavalgamento, que soergueu as rochas carbonáticas do aquífero Araras.

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Vulnerabilidade natural e risco à contaminação do sistema aquífero Parecis no Estado de Mato Grosso

Autor: Elizete Marley Backes

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Aquífero Ronuro, Aquífero Salto das Nuvens, Aquífero Utiariti, método MAIA, vulnerabilidade de aquíferos

O mapeamento de áreas suscetíveis à contaminação vem sendo aplicado no mundo todo e no Brasil não é diferente. Para este fim, os métodos de vulnerabilidade de aquíferos são muito utilizados, servindo de ferramenta para a gestão dos recursos hídricos subterrâneos. Esta pesquisa visa avaliar a vulnerabilidade natural pelo método MAIA (Método de Avaliação Intrínseca de Aquíferos) e o risco à contaminação do Sistema Aquífero Parecis (SAP) no Estado de Mato Grosso. Este método utiliza os seguintes parâmetros: profundidade da água subterrânea, capacidade específica de poços, transmissividade do aquífero, espessura do solo, declividade do terreno e pluviosidade média anual. Os dados de 2.570 poços utilizados na pesquisa foram obtidos principalmente de órgãos públicos. Foi estruturado um banco de dados em Access para facilitar sua manipulação e os demais resultados da pesquisa foram obtidos através da aplicação de técnicas de geoprocessamento e de sensoriamento remoto. Os índices de vulnerabilidade calculados pela equação MAIA resultaram em 96% dos poços classificados como de média vulnerabilidade, 3% de baixa e 1% de alta e extrema vulnerabilidades. Os fatores que mais influenciaram nos resultados de alta e extrema vulnerabilidades foram a pouca profundidade do nível da água, a alta capacidade específica dos poços e o valor elevado de chuvas médias anuais combinadas com a pouca declividade do terreno, favorecendo a infiltração da água no solo e podendo carrear consigo eventuais contaminantes. Na análise do uso e ocupação dos solos dos 290.022 km2 ocupados pelo SAP, constatou-se que 67,4% da superfície é coberta por florestas e reflorestamentos, 20,4% são áreas agrícolas, 9,5% de pecuária extensiva, 2,6% são de lâminas d’água e 0,1% de áreas urbanizadas. Os estudos do uso e ocupação atual dos solos cruzados com as fontes potencialmente contaminantes e excluindo-se as terras indígenas, indicaram que 24% da área possui alto risco à contaminação das águas subterrâneas, 14% médio risco, 53% baixo risco e 9% de muito baixo risco. O conhecimento das áreas mais sensíveis possibilita o estabelecimento de programas de controle e de acompanhamento específicos para a manutenção da qualidade das águas subterrâneas deste sistema aquífero granular, que abrange quase toda a bacia sedimentar dos Parecis, considerada como um dos principais recursos hídricos subterrâneos do Brasil e se constituindo numa reserva estratégica e vital para o abastecimento público no Estado de Mato Grosso

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Estudos geológicos, hidrogeológicos e geofísicos para caracterização do aquífero Pantanal na região de Poconé-MT

Autor: Chauanne Da Cunha Guimaraes

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Aquífero Pantanal, Estimativa de Recarga, Prospecção Geofísica

O Pantanal de Poconé é uma das subdivisões do Pantanal Matogrossense, que está localizado no centro-oeste do Brasil e constitui-se na maior planície inundável do Planeta. A Bacia do Pantanal foi formada pela ação da Orogenia Andina e, na verdade, é uma bacia tectonicamente ativa, preenchida por sedimentos do Neógeno e do Quaternário, depositados diretamente sobre rochas Pré-Cambrianas. Este trabalho tem como o objetivo ampliar os conhecimentos acerca do Aquífero Pantanal. Foi realizado um levantamento elétrico, usando a técnica de Sondagem Elétrica Vertical (SEV), para melhor conhecer as características físicas do aquífero, como espessura e composição das camadas sedimentares, de modo a aprimorar o conhecimento sobre o potencial hídrico subterrâneo. Além da Prospecção Geofísica, foram coletadas algumas amostras de solos e, com as medições do nível freático, foi calculada a estimativa de recarga natural desse aquífero pelo método da Variação do Nível Estático da Água (VNA). De uma maneira geral, encontrou-se o embasamento da bacia nas primeiras SEVs, porém, na maioria das sondagens, o embasamento estava profundo demais para ser detectado por esta técnica. O pacote sedimentar da Formação Pantanal apresenta variações entre interfaces argilosas e arenosas, e chega a ter mais de 600 metros de espessura. Foram detectadas várias falhas normais, indicando ação da tectônica responsável pela atual subsidência da bacia. A estimativa de recarga indicou alto valor de infiltração, decorrente de solos com alta porosidade e permeabilidade.

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Determinação da vazão de escoamento superficial na situação atual de urbanização na microbacia do córrego do Barbado, Cuiabá-MT

Autor: Aline Nayara Rodrigues Sao Pedro

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Avaliação Ambiental, drenagem urbana, Escoamento superficial, Soil Conservation Service (SCS)

A urbanização é um processo que acarreta diversas complicações para as cidades, como alagamentos, enchentes e inundações. Estes problemas são recorrentes em zonas urbanas e causam inúmeros prejuízos tanto para a população quanto para o poder público. Dessa maneira a realização de estudos sobre as alterações na dinâmica hidrológica no espaço urbano subsidia a elaboração de soluções para essa questão. Assim este trabalho tem como objetivo determinar a vazão de escoamento superficial bem como reproduzir os hidrogramas de projeto para o solo seco e úmido na situação atual de urbanização na microbacia do Córrego do Barbado. A metodologia utilizada neste trabalho foi avaliação ambiental pelo método VERAH onde se abordou os temas vegetação, erosão, resíduos sólidos, água e habitação. E a reprodução da vazão de escoamento superficial e dos hidrogramas de projeto da bacia com aplicação do método Soil Convervation Service (SCS). Os resultados mostram que o córrego do Barbado sofre com diversos problemas como: escassez de área verde na microbacia; o alto índice de urbanização, a ineficiência ou inexistência dos sistemas coletores de águas pluviais, etc., tendo influência direta no comportamento hidrológico da bacia contribuindo para as ocorrências de alagamentos de inundações no trecho do córrego da Avenida Fernando Correa da Costa. Os valores reproduzidos dos hidrogramas de projeto da bacia para os tempos de retorno de 5, 10, 20,50 e 100 anos resultou em 44,47 m3/s, 52,73 m3/s, 62,36 m3/s, 77,01 m3/s,81,78 m3/s para solo seco e 88,99 m3/s, 100,80 m3/s, 107,32 m3/s, 133,71 m3/s, 148,77 m3/s,para solo úmido respectivamente. Desta maneira pode-se concluir que este trabalho possui dados para subsidiar ações de gestão e planejamento para solucionar os problemas de drenagem pluvial recorrentes na bacia, o estudo também apontou que ocupação urbana impacta a qualidade ambiental da bacia e também a dinâmica hidrológica do Córrego do Barbado.

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Avaliação dos impactos da urbanização na microbacia do córrego Traíra, Várzea Grande-MT

Autor: Fabiana de Almeida Barros

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Diagnóstico Ambiental, IQA, Método VERAH, Resíduos Sólidos, Saneamento Básico

Este trabalho teve por objetivo realizar o diagnóstico ambiental da microbacia do córrego Traíra e propor medidas de solução para os problemas ambientais que foram diagnosticados. A área de estudo é a microbacia do córrego Traíra que está inserida na área urbana do município de Várzea Grande, do estado de Mato Grosso. O diagnóstico foi feito através do método VERAH e abrangeu as áreas de vegetação, erosão, resíduos sólidos, água e habitação. O escopo metodológico incluiu a) caracterização da vegetação da microbacia; b) classificação da suscetibilidade a erosão do solo da microbacia; c) diagnóstico da situação dos resíduos sólidos na microbacia; d) avaliação da qualidade da água do córrego Traíra e; e) caracterização da infraestrutura das habitações presentes na microbacia. De forma geral, a população carece dos serviços básicos do saneamento, como serviços de coleta e tratamento de esgoto, sistema de drenagem de águas pluviais, coleta eficiente de resíduos sólidos e abastecimento público eficiente. Por conta do processo de urbanização sem o correto planejamento, a área de APP do córrego não está totalmente preservada, existindo pontos com supressão de vegetação nativa e erosão do solo.

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Aplicação do método VERAH como ferramenta de Educação Ambiental no ensino médio em uma microbacia urbana do município de Várzea Grande MT

Autor: Selma Souza Nunes Floras

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Impactos ambientais, poluição da água, prática interdisciplinar

A questão ambiental, quando abordada na escola, deve partir de práticas interdisciplinares e relacionadas a realidade ambiental da comunidade escolar. Mediante as discussões sobre os métodos e procedimentos para a Educação Ambiental foi desenvolvido o método VERAH (V-Vegetação; E-Erosão; R-Resíduos; A-Água; H-Habitação) de investigação ambiental. Este propõe a realização de um diagnóstico ambiental simplificado, com base na pesquisa-ação, que serve como instrumento de EA envolvendo alunos e professores nas escolas, de maneiras interdisciplinar. Neste sentido, o presente estudo objetivou propiciar aos alunos do ensino médio, da Escola Estadual Ernandy M. Baracat no município de Várzea Grande (MT), um conhecimento integrado dos aspectos sociais e ambientais da microbacia urbana em que estão inseridos, possibilitando uma reflexão sobre as causas e consequências dos problemas observados e apontando alternativas para a solução dos problemas detectados, através do método VERAH e do desenvolvimento de atividades embasadas nos princípios da pesquisa-ação. Este trabalho foi realizado em quatro etapas: Etapa 1: Reconhecimento da microbacia pelos professores da escola, aplicação de um questionário para avaliação do conhecimento prévio dos alunos, aulas relacionadas aos conceitos e dinâmica da bacia hidrográfica e formação dos grupos de trabalho (alunos e professores) para cada tópico do método VERAH. Etapa 2: Vivência em campo: reconhecimento da microbacia pelos alunos, com discussão dos problemas ambientais, entrevistas com moradores antigos quanto a reconstrução da história do local. Nas segunda e terceira vivências de campo realizou-se a investigação pelos cinco temas do método: Vegetação-identificação dos tipos de vegetação e das áreas de preservação permanente, conservadas ou degradadas; Erosão- reconhecimento do limite da microbacia e mapeamento dos processos erosivos com a dinâmica da bacia; Resíduos Sólidos: foram mapeados os principais locais geradores e de disposição de lixo, as causas e consequências; Água: foram realizadas três coletas de água no córrego, para análise dos parâmetros indicadores de degradação; Habitação: foram aplicados de forma aleatória 10 questionários em residências do entorno da microbacia, abordando aspectos de habitação, saneamento, perfil econômico, saúde e meio ambiente. Etapa 3: Elaboração do diagnóstico: tabulação, discussão e integração dos resultados de todos os grupos e posterior divulgação para a comunidade escolar e moradores em forma de painéis, maquete e vídeo. Etapa 4: Avaliação: Foi realizada uma análise crítica do método e dos resultados obtidos, junto com professores e alunos, e geradas soluções e algumas ações que podem ser adotadas para melhoria e recuperação da microbacia. O método VERAH mostrou-se eficaz tanto no diagnóstico quanto como instrumento de EA, tornando os estudantes mais críticos e mais preocupados com os problemas ambientais de onde vivem, atendendo ao que propõe os Parâmetros Curriculares Nacionais, especialmente quanto a interdisciplinaridade, uma vez que envolveu professores de várias áreas da escola de maneira integrada e participativa. Algumas adequações podem ser feitas no método, de acordo com a realidade da microbacia, como ocorreu neste trabalho quanto a reconstrução da história da ocupação pelos moradores antigos

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Percepção dos atores sociais do turismo no Pantanal de Poconé/MT sobre o pulso de inundação

Autor: Maiara Thaisa Oliveira Rabelo

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: áreas úmidas, sazonalidade, socioambiental

O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do planeta. O ciclo periódico de seca e cheia, chamado também de pulso de inundação, é um dos fatores que rege o funcionamento e garante a manutenção da biodiversidade do Pantanal, pois ora favorece as espécies animais e vegetais relacionadas à fase de seca, ora favorece as espécies relacionadas à fase de cheia. Estas condições, aliadas à beleza cênica, são grandes atrativos à atividade turística na região. O objetivo deste trabalho foi analisar como os diferentes atores sociais do turismo percebem o pulso de inundação e como este pode influenciar esta atividade no Pantanal de Poconé. O estudo foi desenvolvido em duas etapas: o levantamento de dados em campo e o desenvolvimento textual e compilação de dados obtidos. A primeira etapa da pesquisa teve como foco a identificação dos principais grupos sociais envolvidos na atividade turística, em pousadas e hotéis ao longo das estradas de acesso do Pantanal de Poconé e também a comunidade local, que estivessem de alguma forma relacionados ao desenvolvimento de tais atividades. Essa identificação foi feita através de entrevistas gravadas, que posteriormente foram transcritas. O questionário aplicado contou com questões abertas. Nesse sentido, foram identificados, através de 37 entrevistas, os seguintes conjuntos sociais no Pantanal de Poconé atuantes no turismo: pousadeiros, turistas estrangeiros, turistas brasileiros, pescadores, agentes e guias de turismo e ribeirinhos. Ao serem questionados quanto à aplicação das leis e os principais impactos ambientais, 98% afirmam que a aplicação das leis é bastante falha, a fiscalização não supre a demanda e as campanhas realizadas pelo governo são raras. Para 60% dos entrevistados o ator mais importante atualmente no Pantanal são os próprios pousadeiros, por serem diretamente interessados na preservação e conservação dos recursos naturais. 20% apontam ainda os fazendeiros locais, pecuária extensiva, como os tomadores de decisão mais relevante da região. 10% destacam a fauna da região como principal ator do Pantanal atualmente. 70% dos participantes disseram não haver conflitos entre as partes, porém destacam que também não há nenhum tipo de cooperação. Em contrapartida, 30% afirma haver um pequeno conflito entre fazendeiros e pousadeiros quanto a onças pintadas, que quando atacam o gado são abatidas, prejudicando a disponibilidade dos animais para apreciação dos turistas. O pulso de inundação exerce forte influência sobre o aproveitamento turístico, pois rege o ciclo de vida e reprodução de diversas espécies animais que são os principais atrativos aos turistas, sendo reconhecido por todos os atores quanto a sua ocorrência e importância na região e como fator que condiciona a atividade turística sazonal.

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Amostragem Instantânea e Passiva na Análise de Pesticidas em Água de Nascente do Alto Rio São Lourenço em Campo Verde – MT

Autor: André Berton

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: amostragem passiva, pesticidas, Recursos hídricos

O Rio São Lourenço nasce no município de Campo Verde – MT e atravessa os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, desaguando na região do Pantanal. A área de estudo sofre impacto direto da crescente atividade agropecuária e estudos anteriores mostraram a presença de pesticidas em seus corpos hídricos. Considerando os impactos ocasionados por esses compostos no meio ambiente, objetivou-se com este trabalho avaliar o processo de recuperação realizado em uma das nascentes do rio São Lourenço e seu efeito sobre a contaminação da água por pesticidas e testar, em caráter exploratório e inédito no estado, o uso da amostragem passiva em análises de água. Para tanto, amostras instantâneas de água foram coletadas durante as estações seca e chuvosa, iniciando em dezembro de 2015 e seguindo até a conclusão de uma safra agrícola (junho 2016), tendo sido cultivado na área soja, milho e algodão. Foram utilizados também amostradores passivos para coleta de amostras integradas e as análises realizadas usando métodos de extração desenvolvidos e validados no Laboratório de Análise de Resíduos de Biocidas da UFMT. A identificação e quantificação foram feitas em cromatógrafo a gás acoplado a detector de massas (GC/MS) para os pesticidas atrazina, malationa, trifluralina, metribuzim, lambda cialotrina, permetrina, metolacloro, clorpirifós, endossulfam α, β e sulfato. Os pesticidas carbendazim, carbofurano, carbosulfano, acetamiprido, tiametoxam, piraclostrobina, acetamiprido, diurom, clomazona, epoxiconazole, imidaclopride, metomil e tebuconazole foram analisados em cromatógrafo líquido acoplado a espectrometria de massas em tandem (UPLC-MS/MS). Foram coletadas 95 amostras de água, sendo 56 de água subterrânea e 39 de água superficial. Destas, 61% e 41%, respectivamente, apresentaram resíduos de pesticidas. Houve detecção de oito princípios ativos em água subterrânea e 11 em água superficial, constatando assim a vulnerabilidade da área à contaminação. O herbicida atrazina e o fungicida priraclostrobina foram detectados apenas com o uso do amostrador passivo demonstrando a relevância e utilidade desta estratégia de amostragem na medição de baixas concentrações dos pesticidas. Os pesticidas metolacloro, atrazina, malationa e trifluralina já haviam sido detectados anteriormente, comprovando o grande potencial de contaminação destes pesticidas, seja por escoamento, lixiviação ou por outra via. Dentre estes, trifluralina e malationa apresentaram concentrações acima do permitido pela legislação brasileira vigente para resíduos de pesticidas em matrizes de água. Quanto ao efeito da recuperação da vegetação sobre a contaminação pode-se afirmar que houve uma melhora significativa na contenção dos pesticidas, visto que as concentrações encontradas foram menores do que as reportadas em estudos anteriores. Entretanto, monitoramentos futuros serão importantes para se avaliar os efeitos futuros, uma vez que o processo de recuperação se consolida no longo prazo.

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