Educação Ambiental nas Escolas de Mato Grosso: Avaliação do Programa Vamos Cuidar do Brasil com Ênfase no Tema Água

Autor: Erika Regina De Oliveira Minetto

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Bacia hidrográfica, interdisciplinaridade, Políticas públicas

Este trabalho constituiu-se a partir de um diagnóstico sobre a Educação Ambiental formal em Mato Grosso, através da análise de projetos elaborados por escolas que participaram da IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (IV CNIJMA), com ênfase no tema água. Esta Conferência ocorreu em 2013, e envolveu quatro subtemas para serem discutidos nas escolas: água, terra, fogo e ar. A análise envolveu aspectos quantitativos e qualitativos dos projetos, além de entrevistas com gestores, professores, alunos e questionários enviados por e-mail para as escolas participantes. Com isso foi possível realizar uma análise crítica sobre a educação ambiental formal em Mato Grosso. A proposta da Conferência mostrou-se adequada, uma vez que propiciou aos jovens um momento dialógico onde a reflexão e o protagonismo devem estar presentes através da constituição das Com-Vidas que partem da concepção freireana dos Círculos de Aprendizagem e Cultura. Contudo, a análise dos projetos revela que essa percepção ainda é incipiente no cotidiano escolar, sendo necessário ampliar a divulgação e o acompanhamento das propostas conceituais sugeridas pela Conferência. No Mato Grosso, esta dificuldade pode estar associada a diversos fatores, entre eles o próprio contexto histórico de ocupação do Estado, vinculado a hegemonia do agronegócio e sua influência sob aspectos políticos e econômicos além da própria ineficiência educacional. Dentre as escolas de Mato Grosso que participaram da IV CNIJMA, 29,5% são públicas estaduais, 68%, são públicas municipais e 2,5% pertencem a rede privada. A maior parte delas está localizada na zona urbana, correspondendo a 63,1% do total. Já dos 36,9% de escolas que estão na zona rural, 22,2% são escolas de assentamento, 6,7% de escolas indígenas, 4,4% de escolas quilombolas. A princípio, a análise dos projetos revelou que apenas 49,2% das escolas identificaram o subtema escolhido em seus projetos. Foi possível estabelecer o subtema de 82% dos projetos inscritos, onde 58% correspondiam ao subtema terra, 36% a água, 4% ao fogo e 2% ar. Constou-se nesta pesquisa, por parte dos executores dos projetos nas escolas, a ausência de uma concepção crítica no trabalho com Educação Ambiental, a dificuldade em integrar os conteúdos de forma interdisciplinar e a incompreensão do contexto geográfico da bacia hidrográfica na qual cada comunidade escolar está inserida. Com relação aos proponentes-gestores públicos, há necessidade de inserção do Programa enquanto política pública, o que não ocorreu até o presente momento, além de aprimoramento metodológico e maior incentivo e apoio à participação das escolas neste tipo de Programa.

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Diagnóstico ambiental da microbacia do córrego Águas Claras, Juscimeira, MT, voltado à educação ambiental

Autor: Roselha Borges de Paula

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Diagnóstico Ambiental, educação ambiental, microbacia

Os diferentes ambientes de uma bacia hidrográfica constituem unidades ideais para pesquisa, planejamento, gestão e análise de problemas ambientais, assim como no desenvolvimento de projetos interdisciplinares e de ensino. Neste pressuposto, este trabalho teve como objetivo realizar o diagnóstico da microbacia do Córrego Águas Claras, com enfoque no método VERAH, e aplicar essa proposta com um grupo de alunos da escola estadual João Matheus Barbosa. O diagnóstico e avaliação ambiental da microbacia foram realizados por meio de metodologias específicas para os temas: Vegetação, Erosão, Resíduos, Água e Habitação. Para análise da vegetação e habitação foram elaborados mapas de uso do solo e cobertura vegetal e de Área de Preservação Permanente, complementando os dados cartográficos com levantamentos de campo. Os processos erosivos foram interpretados com a aplicação da abordagem morfopedológica, que permite a análise do ambiente de maneira integrada (envolvendo os aspectos da litologia, relevo, solo e cobertura vegetal) e sua compartimentação cartográfica, apoiada no comportamento hídrico das vertentes. Foram realizadas pesquisas de campo e entrevistas com a população urbana e moradores rurais para caracterização dos tipos de resíduos acumulados na microbacia e identificação de locais de despejo de lixo e efluentes domésticos. A qualidade da água foi estimada mediante análises físicas, químicas e microbiológicas de treze parâmetros, medição da vazão e avaliação do Índice de Qualidade da Água – IQA. Constatou-se que 84 %, da microbacia é ocupada por atividades de pastagem e cultura temporária, em que não são adotadas práticas conservacionistas de manejo e conservação dos solos; 0,7 % por cultura permanente, constituída por fruticultura de jabuticaba; 11,8 % por área urbana, onde o uso do solo ocorre de forma desorganizada com redução da cobertura vegetal, aumento da taxa de impermeabilização, deficiências de infraestrutura pública, carência de políticas públicas e conivência dos poderes executivo e legislativo com atos indevidos da população; e apenas 3,5 % da microbacia correspondem a coberturas naturais do solo, compostas de áreas de vegetação original ou secundária nativa, restantes nas escarpas e encostas dos morrotes e nas margens dos cursos d’água, em que, sem considerar as APPs das nascentes que se encontram em processo de descaracterização, 78 % da vegetação ciliar do córrego foi suprimida. Foi elaborado mapa morfopedológico, com delimitação cartográfica de áreas homogêneas, destacando-se oito compartimentos que apresentam média a alta suscetibilidade à erosão laminar e linear. Certificou-se a ocorrência de descarte inadequado de resíduos sólidos e efluentes domésticos gerando maus odores, atração de vetores de doenças, poluição e contaminação da água. Os dados obtidos nas análises de qualidade das águas revelam que grande parte das amostras encontrou-se acima dos limites estabelecidos pela Resolução nº 357 do CONAMA. Das nove variáveis analisadas que possuem limites estabelecidos pela referida Lei, seis obtiveram resultados acima do determinado (E. coli – 80%; cor – 83%; pH – 50%; fósforo – 41%; DBO – 30% e OD – 8%). Apenas as amostras dos parâmetros de turbidez, nitrato e sólidos encontraram-se dentro dos padrões exigidos. A determinação do IQA conferiu a qualidade da água entre razoável (25 %) e ruim (75 %), com redução de montante para jusante no curso d’água. As atividades de educação ambiental foram realizadas com envolvimento, interesse e participação de praticamente todos os alunos, que, por meio da observação e análise do espaço vivido por eles, articularam teoria e prática, identificaram e avaliaram alterações existentes na microbacia, demonstrando amadurecimento no decorrer do trabalho, o que favoreceu a ampliação do conhecimento, desenvolvimento do espírito crítico e mudanças de atitude. Os resultados demonstraram que os problemas diagnosticados estão relacionados à falta de planejamento e carência de conhecimento por parte dos moradores, e mesmo do poder público, sendo necessária a elaboração de um Plano de Gestão da microbacia que englobe atividades participativas de educação ambiental, programas de saneamento básico, monitoramento da qualidade da água, controle de erosão e assoreamentos, recuperação da vegetação ciliar, disciplinamento do uso do solo urbano, visando à preservação dos ecossistemas existentes e melhoria das condições socioambientais da microbacia.

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Proposta de Regulamentação do Enquadramento dos Corpos de Água do Estado de Mato Grosso: Subsídios à Gestão dos Recursos Hídricos

Autor: Luiz Henrique Magalhaes Noquelli

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: classificação dos corpos hídricos, Instrumento legal, proteção dos mananciais

A Política Estadual de Recursos Hídricos é definida pela Lei nº 6.945 de 1997, e está em estrita consonância com a Política Nacional, primando pela gestão integrada, descentralizada e participativa, onde os instrumentos de gestão: o Plano Estadual de Recursos Hídricos; o Enquadramento dos Corpos de Água em Classes; a Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos; o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos; e a Cobrança pelo uso dos Recursos Hídricos e a estrutura do sistema formado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CEHIDRO), pelo Órgão Coordenador/Gestor a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e pelos Comitês de Bacia Hidrográficas (CBH), com a mesma lógica, guardando as esferas de atribuição. O enquadramento é o estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado e/ou mantido em um segmento do corpo hídrico ao longo do tempo, que permite a integração entre a política ambiental e de recursos hídricos, norteando as ações de desenvolvimento do Estado. Este trabalho foi desenvolvido utilizando as principais leis nacionais como o tema proposto “enquadramento”, sendo elas: a Lei nº 9.433/97 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Resolução CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, a Resolução CONAMA 396/2008 que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e a Resolução CNRH 91/2008, que dispõe sobre procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos de água superficiais e subterrâneos. Quanto aos Estados, a forma de desenvolver os trabalhos também foi o levantamento das legislações com o foco no enquadramento, sendo os 10 Estados escolhidos: Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Esta escolha foi em função da publicação pela Agência Nacional de Águas – ANA do livro Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil de 2009, onde mencionava que estes foram os primeiros estados brasileiros a trabalharem com o enquadramento. O Instrumento enquadramento possibilitará que o Estado consiga realizar o gerenciamento das águas de forma a evitar futuros conflitos, quebrando o paradigma de só agir quando o problema já é real. Como produto serão apresentadas 2 (duas) propostas de lei, um Decreto Governamental regulamentando o instrumento de gestão e uma Resolução para o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, definindo os procedimentos a serem seguidos para efetivação no Estado. A tramitação será por meio da Superintendência de Recursos Hídricos, que exerce a função de Órgão Coordenador/Gestor e Secretaria Executiva do CEHIDRO. Sua aprovação e publicação auxiliará o órgão ambiental para a tomada de decisões, permitindo ações preventivas de combate à poluição.

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Nova abordagem para preencher falhas de dados de séries temporais de precipitação

Autor: Alberto Santiago Froes Filho

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Análise Espectral, Bacia Alto Médio Cuiabá, Caterpillar, CatMv, Preenchimento de Falhas, SSA

Este estudo mostra como o modelo matemático de Análise de Espectro Singular (Singular Spectrum Analysis – SSA) pode ser utilizado para preencher falha de dados de séries históricas de precipitação acumulada mensal. Foram preenchidas falhas de 18 séries de estações pluviométricas localizadas na bacia hidrográfica do Alto Médio Rio Cuiabá. Os resultados mostraram que a magnitude de todos os valores estimados pelo método SSA não ultrapassaram os valores mínimos e máximos medidos nos mesmos períodos. A análise de variância das equações de regressão linear entre os registros das séries originais preenchidas e os valores estimados pelo método SSA serviram de métrica para validar o preenchimento das falhas de dados. O método preserva as características naturais da dinâmica do regime de chuva de cada estação e pode ser utilizado para recuperar registros faltantes, e assim maximizar a qualidade da informação contida em cada série preenchida.

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Dinâmica da inundação em fitofisionomias do pantanal mato-grossense

Autor: Laurienne Evelyn de Castro Borges

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: modelagem hidrológica, planície de inundação, precipitação, solo, umidade

No Pantanal mato-grossense, a variação anual do nível de água, as diferenças do regime hidrológico, as variações da topografia e do tipo de solo proporcionam, além das áreas não inundáveis, zonas permanente, periodicamente e raramente inundadas. Neste contexto, estudos sobre a dinâmica do nível e da área de inundação, bem como dos fatores que a influenciam, como a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo, podem subsidiar ações de restauração, conservação e gestão das planícies de inundação. Este trabalho teve como objetivo modelar a dinâmica da inundação em fitofisionomias do Pantanal mato-grossense, correlacionar a variação da inundação e do nível freático com a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo. A pesquisa foi realizada em uma área de Cordilheira e quatro de Cambarás, todas localizadas na RPPN SESC Pantanal, Barão de Melgaço, MT, Brasil. Foi monitorado o nível freático ao longo de dois anos hidrológicos, quantificada a área inundada e realizada a descrição da relação existente do nível e área de inundação dos locais estudados com o nível de água do Rio Cuiabá. Além disto, por meio da análise de componentes principais e de correlação, foi verificada a relação da variação do nível de inundação e do nível freático com a precipitação e atributos físicos e físico – hídricos do solo. A partir de 1,36 m, o nível de água do Rio Cuiabá é fator determinante da intensidade e da duração da inundação. Foram obtidos modelos de regressão linear que, para o intervalo de 1,36 a 4,61 metros de nível de água do Rio Cuiabá, permitem estimar o nível freático, o nível de inundação e a área inundada. Foi verificado que a diferença da variação do nível de inundação entre as unidades de estudo está associada aos atributos físicos e físico-hídricos até a profundidade de 80 cm do solo, assim como a diferença da variação do nível freático, porém este último a partir de 80 cm de profundidade. No período de enchente, até a profundidade de 40 cm, a precipitação exerceu influência positiva sobre o processo de umedecimento do solo, sendo um indicativo de que a precipitação é fator determinante para o início do pulso de inundação das unidades de estudo.

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Dinâmica da inundação em fitofisionomias do Pantanal Mato-grossense

Autor: Laurienne Evelyn De Castro Borges

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: modelagem hidrológica, planície de inundação, precipitação, solo, umidade

No Pantanal mato-grossense, a variação anual do nível de água, as diferenças do regime hidrológico, as variações da topografia e do tipo de solo proporcionam, além das áreas não inundáveis, zonas permanente, periodicamente e raramente inundadas. Neste contexto, estudos sobre a dinâmica do nível e da área de inundação, bem como dos fatores que a influenciam, como a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo, podem subsidiar ações de restauração, conservação e gestão das planícies de inundação. Este trabalho teve como objetivo modelar a dinâmica da inundação em fitofisionomias do Pantanal mato-grossense, correlacionar a variação da inundação e do nível freático com a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo. A pesquisa foi realizada em uma área de Cordilheira e quatro de Cambarás, todas localizadas na RPPN SESC Pantanal, Barão de Melgaço, MT, Brasil. Foi monitorado o nível freático ao longo de dois anos hidrológicos, quantificada a área inundada e realizada a descrição da relação existente do nível e área de inundação dos locais estudados com o nível de água do Rio Cuiabá. Além disto, por meio da análise de componentes principais e de correlação, foi verificada a relação da variação do nível de inundação e do nível freático com a precipitação e atributos físicos e físico – hídricos do solo. A partir de 1,36 m, o nível de água do Rio Cuiabá é fator determinante da intensidade e da duração da inundação. Foram obtidos modelos de regressão linear que, para o intervalo de 1,36 a 4,61 metros de nível de água do Rio Cuiabá, permitem estimar o nível freático, o nível de inundação e a área inundada. Foi verificado que a diferença da variação do nível de inundação entre as unidades de estudo está associada aos atributos físicos e físico-hídricos até a profundidade de 80 cm do solo, assim como a diferença da variação do nível freático, porém este último a partir de 80 cm de profundidade. No período de enchente, até a profundidade de 40 cm, a precipitação exerceu influência positiva sobre o processo de umedecimento do solo, sendo um indicativo de que a precipitação é fator determinante para o início do pulso de inundação das unidades de estudo.

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Diagnóstico, prognóstico, e proposição de ações voltadas ao controle dos processos erosivos da bacia hidrográfica do córrego saia branca, no planalto dos Guimarães em Mato Grosso

Autor: Joselir Gomes Da Silva Junior

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Contenção de voçorocas, Morfopedologia, Suscetibilidade à erosão

No Estado de Mato Grosso, as regiões de planalto intensamente exploradas pelo agronegócio vem sofrendo com problemas relacionados à erosão. Neste trabalho, utilizou-se a morfopedologia como abordagem metodológica para a determinação da suscetibilidade à erosão na bacia hidrográfica do Córrego Saia Branca, situada no Planalto dos Guimarães em Mato Grosso. Para tal, foi necessário conhecer os solos, as formas e feições de relevo, e o substrato geológico, analisando-os de forma integrada. A partir do processamento dos dados de altitude, disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, foi possível gerar o mapa de isodeclividade, o qual, sobreposto ao mapa de solos, permitiu a elaboração do mapa morfopedológico, composto por seis compartimentos. Esses compartimentos foram estudados quanto ao funcionamento hídrico, possibilitando o entendimento da formação e evolução dos processos erosivos, e, dessa forma, a definição das suscetibilidades das terras à erosão laminar e linear, bem como as aptidões para o uso e ocupação do solo. Os resultados foram sintetizados nos mapas de suscetibilidade à erosão laminar e linear. Duas voçorocas, por serem representativas dos fenômenos erosivos que ocorrem na região, foram escolhidas para serem pesquisadas em detalhe. Estas erosões, localizadas em cabeceiras de drenagem, foram mapeadas e estudadas, permitindo, dessa forma, a compreensão dos processos envolvidos na sua formação e desenvolvimento, e a concepção de ações voltadas ao seu controle corretivo.

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Densidade e caracterização genotípica de comunidades bacterianas em área suscetível a contaminação por hidrocarbonetos de petróleo na Amazônia Meridional, Mato Grosso, Brasil.

Autor: Andrea Ferreira De Oliveira

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: caracterização genotípica, Comunidades bacterianas, posto de combustível

A elevada manipulação, distribuição e armazenamento dos combustíveis e seus compostos, como os hidrocarbonetos de petróleo, aumenta a probabilidade de acidentes ambientais podendo causar contaminação de solo e fontes de abastecimento público, tais como as águas subterrâneas. Atualmente, a biorremediação destaca-se como uma das técnicas mais utilizadas para recuperação ambiental, empregando bactérias na degradação dos compostos contaminantes. A pesquisa foi realizada em Alta Floresta – MT, e dividida em dois trabalhos. O primeiro verificou se os hidrocarbonetos de petróleo interferem na densidade populacional das comunidades bacterianas de ambientes contaminados nos períodos sazonais de seca e cheia, e o segundo analisou a similaridade bacteriana entre dois poços de monitoramento contaminados. Foram coletadas amostras de água subterrânea e solo do local contaminado utilizando bailers e frascos de plástico estéreis, as amostras foram acondicionadas e transportadas refrigeradas de acordo com técnicas padronizadas. No primeiro trabalho foi avaliada a área contaminada em Alta Floresta, BTEX, variáveis ambientais, e densidade bacteriana de coliformes totais, Escherichia coli, bactérias heterotróficas totais (BHT) e bactérias degradadoras de hidrocarbonetos de petróleo. O levantamento para determinação das áreas contaminadas foi realizado na SEMA-MT, sendo que para os BTEX foi utilizado cromatógrafo a gás, detector de massas e injetor. A sonda multiparâmetros, por sua vez, foi usada para aferir as variáveis ambientais enquanto que as técnicas convencionais de microbiologia foram utilizadas para determinar as densidades bacterianas. No segundo trabalho foram analisadas as variáveis ambientais, BTEX, densidade e diversidade de bactérias degradadoras de hidrocarbonetos, tendo sido utilizada sonda multiparâmetros para as variáveis ambientais, cromatógrafo a gás, detector de massas e injetor para os BTEX, além de técnicas de microbiologia convencional para determinar a densidade bacteriana e técnicas moleculares (BOX-PCR e aplicativo Bionumerics 7.1) para determinar a diversidade. A pesquisa feita no primeiro trabalho confirmou que na cidade de Alta Floresta constava apenas dois postos de combustíveis contaminados (dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente), e as análises realizadas na área de estudo constatou contaminação por BTEX no posto onde o estudo foi realizado, sendo que em alguns pontos o valor encontrado foi elevado como no PM2 apresentou 597,05 ?g/L. Durante a primeira coleta, os resultados mais elevados para as variáveis ambientais foram de 6,87 para pH, 29,7 °C de temperatura, 6,96 mg/L de oxigênio dissolvido e 604 mS/m de condutividade elétrica. O PM4 foi o que apresentou maior densidade de coliformes totais (5,95 Log NMP/100 mL) durante a segunda coleta e ausência de E. coli durante ambos os períodos. Para o solo, o ponto com maior densidade de BHT foi o S8 com 5,92 Log UFC/g e para água foi no PM4, durante a primeira coleta com 4,30 Log UFC/mL. A densidade das bactérias degradadoras de hidrocarbonetos foi mais elevada no PM4 (3,68 Log UFC/mL) na primeira coleta. No segundo trabalho o ponto mais contaminado foi o PM1, sendo que o Tolueno foi o composto mais encontrado (267,08 ?g/L), a densidade mais elevada das bactérias degradadoras de petróleo, por sua vez, foi no PM2 com 4,05 Log UFC/mL. A diversidade foi maior no PM1, sendo que apenas 20% das linhagens apresentaram similaridade de 100%. De forma geral os postos de combustíveis são áreas suscetíveis a contaminação, os BTEX e as variáveis ambientais podem alterar a densidade e diversidade das comunidades bacterianas do local contaminado. Com os resultados encontrados na pesquisa observa-se que a contaminação no local ocorre de forma difusa e que a hipótese de biorremediação na área não pode ser descartada.

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Diagnóstico, prognóstico e controle dos processos erosivos na bacia do córrego Guanabara, afluente do rio Cabaçal

Autor: Jairo Ribeiro Da Costa

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: abordagem morfopedológica, Bacia hidrográfica, Erosão, Mapa morfopedológico

Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de aplicar a abordagem morfopedológica e utilizar técnicas de geoprocessamento que permitiu diagnosticar e subsidiar o controle dos processos erosivos, na bacia hidrográfica do córrego Guanabara, localizada entre as coordenadas geográficas de latitudes 15° 02’ 44” e 15° 07’ 06” Sul e a s longitudes 58° 25’ 31’’ e 58° 29’ 31” Oeste de Greenwich, no município de Reserva do Cabaçal/MT. Os dados iniciais foram obtidos por meio digital através da compilação cartográfica selecionada, destacando as feições mais significativas quanto à interpretação e caracterização das diferentes formas de relevo, ocorrências erosivas e uso. Foi utilizado o software de geoprocessamento ArcGis 10.22 e imagem do satélite SPOT 5 sensor HRG, MI 2150, passagem em 2009, com resolução espacial de 2,5 metros, e com suporte do Google Earth. Nessa fase da pesquisa, foi implementada a primeira atividade de campo, com reconhecimento geral e tomadas fotográficas, no qual, privilegiou a declividade e funcionamento hídrico das águas de escoamento superficial e subsuperficial, e a posição e funcionamento do aquífero freático que constituem mecanismos fundamentais para a manifestação desses fenômenos naturais, de reprodução dos processos erosivos de ravinamentos e boçorocamento, que permitiram constatar os graves problemas ambientais existentes. Foram identificados e cartografado seis compartimentos morfopedológicos, que resultou em dois mapas morfopedológico, sendo um temático outro em imagem, por mapas de declividade e hipsométricos, mapas de ocorrências e suscetibilidade erosiva, na escala 1:30.000, além de pranchas ilustradas com fotos. Este estudo revelou que as causas dos problemas erosivos lineares que ocorrem na área pesquisada, os de grande porte situam-se nos compartimentos CM – IV – Pequenas colinas com Neossolo Quartzarênico e CM-I- Chapados com Neossolo Quartzarênico, juntos apresentam 47,1% do total da área pesquisada, com um quadro mais grave da região devido ao intenso processo de Arenização que resultou em bancos de areia e assoreamento do curso d’água do Guanabara, seguido do compartimento CM-II – Escarpas desfeitas com afloramento rochoso. Os Compartimentos CM-VI – Encostas de vales entalhados em forma de “V” e CM-V- Colinas médias com Cambissolos apresentam o menor índice de ocorrências erosivas, ocupam 43,9% dessa área, são favoráveis à exploração agrícola intensiva somente em sua porção de topo. O diagnóstico e prognóstico, resultou na recomendação de medidas de controle, e determinou que a área de estudo apresenta-se, em grande parte, desfavorável a utilização agropecuária intensiva das terras.

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Caracterização da qualidade da água pluvial retida em módulos experimentais de telhados verdes e o seu estudo como alternativa tecnológica para redução do volume da água pluvial escoada.

Autor: Thaisa Camila Vacari

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: análise de água, drenagem urbana, Infraestrutura verde

A alternativa tecnológica de telhados verdes tem sido usada há muitos anos por países europeus e norte-americanos, porém somente na última década tem ganhado mercado no Brasil. Entre seus benefícios estão a redução de ilhas de calor, a diminuição das variações de temperatura, a minimização de ruídos e poluição do ar. Também podem aumentar a biodiversidade urbana e tornar o ambiente esteticamente mais agradável. Ainda podem melhorar a gestão de águas pluviais e a sua qualidade desta água. Por isso este estudo teve como objetivo caracterizar qualitativamente as águas pluviais captadas de módulos experimentais de telhados verdes, com três tipos diferentes de vegetações localizados no município de Cuiabá, MT. E também, avaliar a porcentagem de retenção das águas pluviais captadas pelos mesmos módulos experimentais de telhados verdes e analisar se a intensidade da chuva influencia o volume de água pluvial retido. Para isso foram construídos três módulos de telhados verdes testando três vegetações diferentes que foram comparados a um telhado convencional. Na água captada dos telhados foram analisadas quinze variáveis de qualidade da água. Assim com relação à qualidade da água captada pelos módulos experimentais de telhados verdes foi possível observar que aumentaram as características da cor e turbidez e atuaram como concentradores de todos os nutrientes analisados. As concentrações de DBO, bactérias heterotróficas e fungos cultiváveis não apresentaram diferenças entre telhado convencional e telhados verdes. Em relação aos coliformes totais nos telhados verdes os resultados apresentaram valores de concentrações superiores ao telhado convencional, porém, o contrário ocorreu em relação à Escherichia coli. Também se notou que não há vegetação mais adequada para melhorar a qualidade da água, pois diversos são fatores que a influenciam e que cada vegetação atua de forma diferente. Os telhados verdes podem ser usados como minimizadores de problemas relacionados à drenagem urbana, já que os resultados demonstraram que os telhados verdes podem reter de 46 a 61% da água. Ainda se observou que o tipo de vegetação do telhado verde tem efeito sobre as quantidades de retenção de escoamento e que os telhados verdes de herbácea e gramínea foram os que apresentaram maior porcentagem de retenção da água pluvial drenada por eles. Também se observou que existe uma relação inversa entre a intensidade da precipitação e a porcentagem de águas pluviais que é retida pelos telhados verdes, pois quanto menor a intensidade da chuva maior é o volume retido de água pluvial.

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