A agricultura é apontada como a principal responsável pelos distúrbios nos ecossistemas hídricos. Como resultado da expansão da atividade agrícola houve a retirada da cobertura vegetal de muitas áreas e a degradação da estrutura física e química do sedimento, causando desequilíbrio para as comunidade ali existentes. Os macroinvertebrados bentônicos estão entre os principais organismos utilizados na avaliação de impactos ambientais e monitoramento biológico em ecossistemas aquáticos. A distribuição desses organismos é principalmente determinada pelo tipo e pela diversidade de habitats disponíveis para a comunidade. Em função disso, o presente trabalho tem como objetivo contribuir para a base de dados sobre a distribuição de macroinvertebrados no estado de Mato Grosso, bem como compreender os efeitos de cultivos agrícolas nas comunidades de macroinvertebrados bentônicos em uma represa em área agrícola no Município de Campo Verde, Estado do Mato Grosso. A área de estudo está localizada na nascente do Rio São Lourenço – MT, o local de coleta das amostras localiza-se na Fazenda Pirassununga, Campo Verde, MT, onde são cultivados soja, milheto e algodão (latitude S 15º 37′ 18,8″ e longitude W 55º10″ 24,8″). Em sua adjacência (ca. de 30m) foi represada uma de suas nascentes, amostrada em sua entrada (P2), na zona limnética (P3) e em sua saída (P4). Além desses três pontos, foram amostrados uma de suas nascentes (P1) e um córrego abaixo da represa (P6). Cada ponto foi amostrado 6 vezes, três no período chuvoso e três no período de estiagem, com três réplicas em cada ponto. Para coletas de sedimento foi utilizada uma draga de Petersen com área amostral de 0,0375 m2 para coleta de invertebrados, análise granulométrica e de matéria orgânica . Foram feitas as seguintes análises físicas e químicas da água como subsídio para interpretação da comunidade de macroinvertebrados: temperatura da água, pH, condutividade elétrica, turbidez, cor e oxigênio dissolvido. Os resultados mostraram que a maior ocorrência de organismos se deu no período chuvoso, com 216 organismos, nos pontos amostrais P2 e o P3, caracterizados por entrada e meio da represa, respectivamente. A ordem Diptera foi a mais abundante no período chuvoso, representada pela família Chironomidae. Os resultados encontrados foram influenciados pela quantidade de chuva registrada no local no período estudado, pela quantidade de matéria orgânica registrada no sedimento e principalmente pelas características do local, onde a ausência da mata ciliar e as ações antrópicas na região foram determinantes para os resultados encontrados.
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