Os microplásticos vem sendo mais estudados em ambientes marinhos, devido aos oceanos serem o compartimento ambiental que concentram a maior quantidade de micropartículas plásticas. Em ambientes de água doce, os estudos são menos frequentes, concentrando pesquisas da detecção de microplásticos, em organismos vivos e na saúde pública. Em águas subterrâneas, o tema microplásticos ainda são mais escassos. Esses fatos, motivaram o estudo de avaliar a presença de microplásticos em águas subterrâneas no perímetro urbano do município de Cuiabá-MT. Foram levantados 508 poços de águas subterrâneas nas regiões norte, sul, leste e oeste da área urbana, atendendo aos usos de abastecimento doméstico e industrial. Para a detecção de microplástico, realizou-se o monitoramento de 11 poços, com a coleta de 500 L de água, e posterior filtragem em peneiras de malha 0,063 mm. Para a quantificação em laboratório os microplásticos foram separados e contados manualmente, utilizando aparelho estereoscópio. Dos resultados obtidos, conclui-se que 90% dos poços monitorados atendem o abastecimento doméstico, sendo que foram encontrados em 82% destes, pelo menos 1 micropartícula plástica. A fibra transparente foi a forma mais encontrada e constatou-se estatisticamente que não existe relação entre a quantidade de microplásticos e as variáveis características dos poços, como a vazão, profundidade, tempo de perfuração e a região onde o poço se localiza. Diversos estudos relatam a presença de microplásticos em águas potáveis, exigindo pesquisas que avaliem as implicações da ingestão na saúde pública, reforçando a necessidade de se implementar o monitoramento das micropartículas em águas e estabelecer padrões de controle, por meio de normas e legislações no mundo.
Dissertações