O objetivo geral desta pesquisa foi estudar o uso e reuso dos recursos hídricos e impactos ambientais gerados por empreendimentos de exploração de ouro, na bacia hidrográfica do córrego Tanque dos Padres, de maneira a subsidiar ações efetivas de controle, manejo e monitoramento da água. Os objetivos específicos foram a caracterização das formas de uso atual e pretérita do solo, dos recursos hídricos e dos impactos ambientais, gerados pelos empreendimentos de exploração mineral na bacia hidrográfica do córrego Tanque dos Padres, a caracterização dos parâmetros físico-químicos dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais, sedimentos e rejeitos do processo de beneficiamento do minério e a caracterização das formas de uso, reuso e reciclagem em circuito fechado, dos recursos hídricos do processo de beneficiamento do minério, da lavra e das bacias de contenção e decantação de rejeitos. O estudo concluiu que as empresas de exploração de ouro instaladas na bacia do córrego Tanque dos Padres adotaram o sistema de tratamento primário da água, que se baseiam em etapas de separação sólido – líquido. A otimização do sistema de reciclagem, permite a reutilização de toda a água já usada, através de um circuito fechado com descarte zero. A captação da água para o processo de beneficiamento do minério não é mais realizado nas drenagens. Atualmente a captação da água é proveniente das frentes de lavra ativas e exauridas e das bacias de contenção de rejeitos. Os estudos realizados para a determinação do teor de água no rejeito gerado no processo de beneficiamento do minério mostraram que o percentual de água (53,58% de água) é maior que o percentual de sólidos. Com isso, mostrou-nos a importância da reciclagem e reaproveitamento dessa água no processo produtivo, evitando-se o desperdício e a captação de água nova de outras fontes. É importante enfatizar que as água evaporadas e infiltradas no subsolo, não estão contempladas neste cálculo. Os mapas de uso e ocupação do solo (1996 e 2007/2008) mostraram que as áreas degradadas pelas empresas de exploração de ouro, nos últimos 12 anos não evoluíram significativamente no sentido horizontal, somente no sentido vertical, gerando cavas profundas e elevados depósitos de rejeito e materiais estéreis (bota fora). Os mapas também mostram que houve trabalhos de recomposição topográfica, embora não reabilitada completamente. O uso e controle do mercúrio estão sendo feitos através de centrais de amalgamação, onde após o seu uso no processo de apuração final do ouro, grande parte é recuperada após passar pelos tambores amalgamadores e bateiamento, realizado em circuito fechado. A queima do amálgama é realizada em retortas dentro de capelas com exaustão forçada, que após passar por uma serpentina, é recuperado na forma metálica e reaproveitado no processo. As análises de mercúrio realizadas nas águas superficiais, subterrâneas e nas águas do processo de beneficiamento do minério, apresentaram valores inferiores ao VMP. Observou-se também, a presença expressiva de bactérias do grupo coliformes totais nos pontos de coleta (PC-8 e PC-9) e Escherichia coli na amostra do ponto (PC-8). As análises de mercúrio nos sedimentos de fundo de rio e rejeitos do minério mostraram a presença de mercúrio. Cabe ressaltar que nos pontos (PSF-3, PSF-4, PSF-5, PSF-16 e PSF-17), apresentaram concentrações superiores ao VMP, indicando focos de contaminação nos sedimentos de fundo do rio.
Dissertações