A utilização de carbofuran na agricultura traz consigo o risco de contaminação ambiental, uma vez que suas propriedades físicas e químicas proporcionam seu transporte para outros locais onde se dá sua persistência. O solo e os recursos hídricos de áreas adjacentes ou áreas que recebem a drenagem de bacias agrícolas são locais que apresentam maior vulnerabilidade a essa contaminação. Tecnologias biológicas têm sido utilizadas como alternativa para remediação desses compostos persistentes, uma vez que se apresentam vantajosas do ponto de vista ambiental e econômico. O objetivo foi obter estirpes bacterianas a partir de solo do Pantanal Mato-Grossense utilizado em microcosmo como ambiente contaminado. Os isolados foram testados em condições estáticas e de agitação e temperaturas diferentes com o intuito de verificar a eficiência de degradação nessas condições, sendo os resultados avaliados por cromatografia e os produtos da degradação monitorados por fitotoxicidade. As espécies Burkholderia cenocepacia, Burkholderia cepacia e Acinetobacter baumannii foram estirpes identificadas que apresentaram maior destaque, em relação aos demais isolados, no screening em meio mineral suplementado de carbofuran. O fator temperatura influenciou positivamente na biodegradação do carbofuran, alcançando degradação máxima de 47,89% pela bactéria Acinetobacter baumannii. A. baumannii também obteve maior porcentagem de degradação sob condições agitadas (40,38%), porém não foi estatisticamente diferente do tratamento controle, atribuindo a degradação a fatores abióticos nessas condições. Em experimento de bioaumento no solo, a espécie Burkholderia cepacia PO19 obteve melhor eficiência de degradação, alcançando degradação de 92,6% do carbofuran. As demais não foram capazes de biorremediar o solo significativamente, uma vez que as taxas de degradação se igualaram aos resultados obtidos pela degradação abiótica. Apesar de apresentarem potencial de degradação de carbofuran, ainda é preciso verificar quais subprodutos são formados e sua toxicidade, além de outros fatores que possam interferir na eficiência de degradação, como a concentração do pesticida, pH, entre outros.
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