Diagnóstico ambiental da microbacia do córrego Águas Claras, Juscimeira, MT, voltado à educação ambiental

Autor: Roselha Borges de Paula

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Diagnóstico Ambiental, educação ambiental, microbacia

Os diferentes ambientes de uma bacia hidrográfica constituem unidades ideais para pesquisa, planejamento, gestão e análise de problemas ambientais, assim como no desenvolvimento de projetos interdisciplinares e de ensino. Neste pressuposto, este trabalho teve como objetivo realizar o diagnóstico da microbacia do Córrego Águas Claras, com enfoque no método VERAH, e aplicar essa proposta com um grupo de alunos da escola estadual João Matheus Barbosa. O diagnóstico e avaliação ambiental da microbacia foram realizados por meio de metodologias específicas para os temas: Vegetação, Erosão, Resíduos, Água e Habitação. Para análise da vegetação e habitação foram elaborados mapas de uso do solo e cobertura vegetal e de Área de Preservação Permanente, complementando os dados cartográficos com levantamentos de campo. Os processos erosivos foram interpretados com a aplicação da abordagem morfopedológica, que permite a análise do ambiente de maneira integrada (envolvendo os aspectos da litologia, relevo, solo e cobertura vegetal) e sua compartimentação cartográfica, apoiada no comportamento hídrico das vertentes. Foram realizadas pesquisas de campo e entrevistas com a população urbana e moradores rurais para caracterização dos tipos de resíduos acumulados na microbacia e identificação de locais de despejo de lixo e efluentes domésticos. A qualidade da água foi estimada mediante análises físicas, químicas e microbiológicas de treze parâmetros, medição da vazão e avaliação do Índice de Qualidade da Água – IQA. Constatou-se que 84 %, da microbacia é ocupada por atividades de pastagem e cultura temporária, em que não são adotadas práticas conservacionistas de manejo e conservação dos solos; 0,7 % por cultura permanente, constituída por fruticultura de jabuticaba; 11,8 % por área urbana, onde o uso do solo ocorre de forma desorganizada com redução da cobertura vegetal, aumento da taxa de impermeabilização, deficiências de infraestrutura pública, carência de políticas públicas e conivência dos poderes executivo e legislativo com atos indevidos da população; e apenas 3,5 % da microbacia correspondem a coberturas naturais do solo, compostas de áreas de vegetação original ou secundária nativa, restantes nas escarpas e encostas dos morrotes e nas margens dos cursos d’água, em que, sem considerar as APPs das nascentes que se encontram em processo de descaracterização, 78 % da vegetação ciliar do córrego foi suprimida. Foi elaborado mapa morfopedológico, com delimitação cartográfica de áreas homogêneas, destacando-se oito compartimentos que apresentam média a alta suscetibilidade à erosão laminar e linear. Certificou-se a ocorrência de descarte inadequado de resíduos sólidos e efluentes domésticos gerando maus odores, atração de vetores de doenças, poluição e contaminação da água. Os dados obtidos nas análises de qualidade das águas revelam que grande parte das amostras encontrou-se acima dos limites estabelecidos pela Resolução nº 357 do CONAMA. Das nove variáveis analisadas que possuem limites estabelecidos pela referida Lei, seis obtiveram resultados acima do determinado (E. coli – 80%; cor – 83%; pH – 50%; fósforo – 41%; DBO – 30% e OD – 8%). Apenas as amostras dos parâmetros de turbidez, nitrato e sólidos encontraram-se dentro dos padrões exigidos. A determinação do IQA conferiu a qualidade da água entre razoável (25 %) e ruim (75 %), com redução de montante para jusante no curso d’água. As atividades de educação ambiental foram realizadas com envolvimento, interesse e participação de praticamente todos os alunos, que, por meio da observação e análise do espaço vivido por eles, articularam teoria e prática, identificaram e avaliaram alterações existentes na microbacia, demonstrando amadurecimento no decorrer do trabalho, o que favoreceu a ampliação do conhecimento, desenvolvimento do espírito crítico e mudanças de atitude. Os resultados demonstraram que os problemas diagnosticados estão relacionados à falta de planejamento e carência de conhecimento por parte dos moradores, e mesmo do poder público, sendo necessária a elaboração de um Plano de Gestão da microbacia que englobe atividades participativas de educação ambiental, programas de saneamento básico, monitoramento da qualidade da água, controle de erosão e assoreamentos, recuperação da vegetação ciliar, disciplinamento do uso do solo urbano, visando à preservação dos ecossistemas existentes e melhoria das condições socioambientais da microbacia.

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Proposta de Regulamentação do Enquadramento dos Corpos de Água do Estado de Mato Grosso: Subsídios à Gestão dos Recursos Hídricos

Autor: Luiz Henrique Magalhaes Noquelli

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: classificação dos corpos hídricos, Instrumento legal, proteção dos mananciais

A Política Estadual de Recursos Hídricos é definida pela Lei nº 6.945 de 1997, e está em estrita consonância com a Política Nacional, primando pela gestão integrada, descentralizada e participativa, onde os instrumentos de gestão: o Plano Estadual de Recursos Hídricos; o Enquadramento dos Corpos de Água em Classes; a Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídricos; o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos; e a Cobrança pelo uso dos Recursos Hídricos e a estrutura do sistema formado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CEHIDRO), pelo Órgão Coordenador/Gestor a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) e pelos Comitês de Bacia Hidrográficas (CBH), com a mesma lógica, guardando as esferas de atribuição. O enquadramento é o estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado e/ou mantido em um segmento do corpo hídrico ao longo do tempo, que permite a integração entre a política ambiental e de recursos hídricos, norteando as ações de desenvolvimento do Estado. Este trabalho foi desenvolvido utilizando as principais leis nacionais como o tema proposto “enquadramento”, sendo elas: a Lei nº 9.433/97 que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Resolução CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, a Resolução CONAMA 396/2008 que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e a Resolução CNRH 91/2008, que dispõe sobre procedimentos gerais para o enquadramento dos corpos de água superficiais e subterrâneos. Quanto aos Estados, a forma de desenvolver os trabalhos também foi o levantamento das legislações com o foco no enquadramento, sendo os 10 Estados escolhidos: Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Esta escolha foi em função da publicação pela Agência Nacional de Águas – ANA do livro Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil de 2009, onde mencionava que estes foram os primeiros estados brasileiros a trabalharem com o enquadramento. O Instrumento enquadramento possibilitará que o Estado consiga realizar o gerenciamento das águas de forma a evitar futuros conflitos, quebrando o paradigma de só agir quando o problema já é real. Como produto serão apresentadas 2 (duas) propostas de lei, um Decreto Governamental regulamentando o instrumento de gestão e uma Resolução para o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, definindo os procedimentos a serem seguidos para efetivação no Estado. A tramitação será por meio da Superintendência de Recursos Hídricos, que exerce a função de Órgão Coordenador/Gestor e Secretaria Executiva do CEHIDRO. Sua aprovação e publicação auxiliará o órgão ambiental para a tomada de decisões, permitindo ações preventivas de combate à poluição.

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Nova abordagem para preencher falhas de dados de séries temporais de precipitação

Autor: Alberto Santiago Froes Filho

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Análise Espectral, Bacia Alto Médio Cuiabá, Caterpillar, CatMv, Preenchimento de Falhas, SSA

Este estudo mostra como o modelo matemático de Análise de Espectro Singular (Singular Spectrum Analysis – SSA) pode ser utilizado para preencher falha de dados de séries históricas de precipitação acumulada mensal. Foram preenchidas falhas de 18 séries de estações pluviométricas localizadas na bacia hidrográfica do Alto Médio Rio Cuiabá. Os resultados mostraram que a magnitude de todos os valores estimados pelo método SSA não ultrapassaram os valores mínimos e máximos medidos nos mesmos períodos. A análise de variância das equações de regressão linear entre os registros das séries originais preenchidas e os valores estimados pelo método SSA serviram de métrica para validar o preenchimento das falhas de dados. O método preserva as características naturais da dinâmica do regime de chuva de cada estação e pode ser utilizado para recuperar registros faltantes, e assim maximizar a qualidade da informação contida em cada série preenchida.

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Dinâmica da inundação em fitofisionomias do pantanal mato-grossense

Autor: Laurienne Evelyn de Castro Borges

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: modelagem hidrológica, planície de inundação, precipitação, solo, umidade

No Pantanal mato-grossense, a variação anual do nível de água, as diferenças do regime hidrológico, as variações da topografia e do tipo de solo proporcionam, além das áreas não inundáveis, zonas permanente, periodicamente e raramente inundadas. Neste contexto, estudos sobre a dinâmica do nível e da área de inundação, bem como dos fatores que a influenciam, como a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo, podem subsidiar ações de restauração, conservação e gestão das planícies de inundação. Este trabalho teve como objetivo modelar a dinâmica da inundação em fitofisionomias do Pantanal mato-grossense, correlacionar a variação da inundação e do nível freático com a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo. A pesquisa foi realizada em uma área de Cordilheira e quatro de Cambarás, todas localizadas na RPPN SESC Pantanal, Barão de Melgaço, MT, Brasil. Foi monitorado o nível freático ao longo de dois anos hidrológicos, quantificada a área inundada e realizada a descrição da relação existente do nível e área de inundação dos locais estudados com o nível de água do Rio Cuiabá. Além disto, por meio da análise de componentes principais e de correlação, foi verificada a relação da variação do nível de inundação e do nível freático com a precipitação e atributos físicos e físico – hídricos do solo. A partir de 1,36 m, o nível de água do Rio Cuiabá é fator determinante da intensidade e da duração da inundação. Foram obtidos modelos de regressão linear que, para o intervalo de 1,36 a 4,61 metros de nível de água do Rio Cuiabá, permitem estimar o nível freático, o nível de inundação e a área inundada. Foi verificado que a diferença da variação do nível de inundação entre as unidades de estudo está associada aos atributos físicos e físico-hídricos até a profundidade de 80 cm do solo, assim como a diferença da variação do nível freático, porém este último a partir de 80 cm de profundidade. No período de enchente, até a profundidade de 40 cm, a precipitação exerceu influência positiva sobre o processo de umedecimento do solo, sendo um indicativo de que a precipitação é fator determinante para o início do pulso de inundação das unidades de estudo.

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Dinâmica da inundação em fitofisionomias do Pantanal Mato-grossense

Autor: Laurienne Evelyn De Castro Borges

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: modelagem hidrológica, planície de inundação, precipitação, solo, umidade

No Pantanal mato-grossense, a variação anual do nível de água, as diferenças do regime hidrológico, as variações da topografia e do tipo de solo proporcionam, além das áreas não inundáveis, zonas permanente, periodicamente e raramente inundadas. Neste contexto, estudos sobre a dinâmica do nível e da área de inundação, bem como dos fatores que a influenciam, como a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo, podem subsidiar ações de restauração, conservação e gestão das planícies de inundação. Este trabalho teve como objetivo modelar a dinâmica da inundação em fitofisionomias do Pantanal mato-grossense, correlacionar a variação da inundação e do nível freático com a precipitação e as características físicos e físico-hídricas do solo. A pesquisa foi realizada em uma área de Cordilheira e quatro de Cambarás, todas localizadas na RPPN SESC Pantanal, Barão de Melgaço, MT, Brasil. Foi monitorado o nível freático ao longo de dois anos hidrológicos, quantificada a área inundada e realizada a descrição da relação existente do nível e área de inundação dos locais estudados com o nível de água do Rio Cuiabá. Além disto, por meio da análise de componentes principais e de correlação, foi verificada a relação da variação do nível de inundação e do nível freático com a precipitação e atributos físicos e físico – hídricos do solo. A partir de 1,36 m, o nível de água do Rio Cuiabá é fator determinante da intensidade e da duração da inundação. Foram obtidos modelos de regressão linear que, para o intervalo de 1,36 a 4,61 metros de nível de água do Rio Cuiabá, permitem estimar o nível freático, o nível de inundação e a área inundada. Foi verificado que a diferença da variação do nível de inundação entre as unidades de estudo está associada aos atributos físicos e físico-hídricos até a profundidade de 80 cm do solo, assim como a diferença da variação do nível freático, porém este último a partir de 80 cm de profundidade. No período de enchente, até a profundidade de 40 cm, a precipitação exerceu influência positiva sobre o processo de umedecimento do solo, sendo um indicativo de que a precipitação é fator determinante para o início do pulso de inundação das unidades de estudo.

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Diagnóstico, prognóstico, e proposição de ações voltadas ao controle dos processos erosivos da bacia hidrográfica do córrego saia branca, no planalto dos Guimarães em Mato Grosso

Autor: Joselir Gomes Da Silva Junior

Categoria(s): Dissertações

Palavra(s)-chave: Contenção de voçorocas, Morfopedologia, Suscetibilidade à erosão

No Estado de Mato Grosso, as regiões de planalto intensamente exploradas pelo agronegócio vem sofrendo com problemas relacionados à erosão. Neste trabalho, utilizou-se a morfopedologia como abordagem metodológica para a determinação da suscetibilidade à erosão na bacia hidrográfica do Córrego Saia Branca, situada no Planalto dos Guimarães em Mato Grosso. Para tal, foi necessário conhecer os solos, as formas e feições de relevo, e o substrato geológico, analisando-os de forma integrada. A partir do processamento dos dados de altitude, disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, foi possível gerar o mapa de isodeclividade, o qual, sobreposto ao mapa de solos, permitiu a elaboração do mapa morfopedológico, composto por seis compartimentos. Esses compartimentos foram estudados quanto ao funcionamento hídrico, possibilitando o entendimento da formação e evolução dos processos erosivos, e, dessa forma, a definição das suscetibilidades das terras à erosão laminar e linear, bem como as aptidões para o uso e ocupação do solo. Os resultados foram sintetizados nos mapas de suscetibilidade à erosão laminar e linear. Duas voçorocas, por serem representativas dos fenômenos erosivos que ocorrem na região, foram escolhidas para serem pesquisadas em detalhe. Estas erosões, localizadas em cabeceiras de drenagem, foram mapeadas e estudadas, permitindo, dessa forma, a compreensão dos processos envolvidos na sua formação e desenvolvimento, e a concepção de ações voltadas ao seu controle corretivo.

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