A água é um recurso natural, finito, dotada de valor econômico, social e essencial à existência do homem e do meio ambiente. A demanda tanto qualitativa como quantitativa de água vem aumentando numa escala recente de tempo, o que exige atitudes em relação ao seu uso. Assim, o aproveitamento da água de chuva se mostra como alternativa interessante no complemento do abastecimento urbano, compatibilizando a qualidade da água ao seu uso final. Além disso, o aproveitamento da água de chuva colabora na drenagem urbana, aliviando os sistemas de drenagem comprometidos pelo aumento da impermeabilização do solo. No entanto, observa-se a escassez de informações qualitativas e quantitativas da água de chuva para o consumo não potável na cidade de Cuiabá. Este trabalho apresenta um monitoramento, durante os anos de 2008 a 2010, da qualidade da água direta da chuva, isto é, antes de sofrer qualquer tipo de interceptação por superfícies. Os locais de amostragem foram a Universidade Federal de Mato Grosso e o bairro Boa Esperança. No monitoramento foram avaliados parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, tais como: ph, turbidez, cor aparente, condutividade elétrica, as diversas frações de sólidos, coliformes totais, Escherichia coli, a contagem geral de bactérias heterotróficas cultiváveis e a contagem total de fungos. Os resultados obtidos indicam o efeito de lavagem da água de chuva sobre a atmosfera local, já que a composição física, química e microbiológica da chuva é resultado da composição atmosférica. Os valores obtidos foram comparados com a legislação vigente e norma técnica existente. Os resultados apontam que, mesmo para fins não potáveis, a água de chuva não deve ser utilizada diretamente sem receber tratamento adequado.
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