Na última terça-feira (16), a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi palco de dois encontros com o escritor, professor e ativista indígena Daniel Munduruku, referência nacional e internacional na literatura indígena.
Nascido em Belém (PA), em 1964, Daniel Munduruku é originário do povo Munduruku e autor de 62 livros, muitos deles premiados e voltados especialmente ao público infantil e juvenil. É reconhecido pela promoção da diversidade cultural e da literatura indígena, sendo vencedor de prêmios como o Jabuti, a Comenda da Ordem do Mérito Cultural e o Prêmio UNESCO-Madanjeet Singh.
A programação iniciou com a roda de conversa “As contribuições da Arte e da Literatura Indígena para a Educação Antirracista”, em que Munduruku compartilhou reflexões sobre sua trajetória e sobre o papel da literatura na valorização da diversidade cultural e das narrativas indígenas no Brasil.
No período da tarde foi vez de uma conversa que pautou a obrigatoriedade da Lei 11.645/08 sobre história e cultura indígena na escola, foco do Projeto “Análise da Formação-ação-intercultural e pedagogias decoloniais no ensino das histórias e culturas indígenas no Centro-Oeste brasileiro”, aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e desenvolvido pelo grupo de pesquisa COEDUC/UFMT, sob a liderança da professora Beleni Grando.
Projeto aprovado no CNPq
O projeto tem como objetivo investigar e propor estratégias pedagógicas interculturais e decoloniais que fortaleçam a aplicação da Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da história e da cultura indígena e afro-brasileira nas escolas.
A pesquisa busca aproximar o conhecimento acadêmico dos saberes e práticas dos povos indígenas do Centro-Oeste, valorizando suas cosmologias, pedagogias próprias e experiências educativas. A expectativa é contribuir para a formação de professores e para a criação de metodologias inovadoras que ampliem o protagonismo indígena na educação básica e superior.
