O projeto de extensão Amamente, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no Câmpus de Sinop está desenvolvendo um ciclo de palestras voltado à promoção e incentivo da amamentação materna, ao longo deste mês. As atividades integram a programação do “Agosto Dourado”, campanha que reforça a importância do aleitamento como base da saúde infantil.
A primeira palestra aconteceu nesta segunda-feira (11), na sede da Casa de Saúde Indígena (Casai), em Sinop, reunindo mulheres indígenas e familiares para orientações sobre o aleitamento exclusivo e prolongado. A programação segue ao longo do mês em diferentes unidades de saúde do município. Entre os temas abordados estão a pega correta, posições para amamentar, massagem, extração de leite e retorno ao trabalho.
Na quarta-feira (20), a iniciativa chega a Cuiabá, com uma palestra no Hospital Universitário Júlio Müller. Nessa ocasião, o foco será o “pré-natal da amamentação” — conceito que propõe acompanhar e preparar gestantes desde o início da gravidez para superar possíveis dificuldades durante o aleitamento.
À frente das palestras está Sônia Vivian, docente do curso de Enfermagem do Câmpus de Sinop. A professora destaca a relevância de levar conhecimento a diferentes públicos. Segundo ela, a realidade das mulheres indígenas apresenta desafios semelhantes aos das não indígenas, com o agravante da influência crescente de hábitos alimentares industrializados nas aldeias.
“Ao falar sobre amamentação, conseguimos sensibilizar para o alimento ideal da criança — único indicado de 0 a 6 meses e que pode ser mantido até 2 ou 3 anos. Cada dúvida esclarecida pode representar uma amamentação preservada”, explica.
A nutricionista do Casai, Aracieli Chamma, reforçou a importância de resgatar práticas tradicionais de amamentação. Ela lembrou que, entre 8 e 14 deste mês, ocorre a Semana de Apoio à Amamentação Indígena, período em que o tema ganha ainda mais visibilidade. “Muitos costumes ligados ao aleitamento estão se perdendo, principalmente pela influência de novos hábitos e da introdução de alimentos industrializados nas aldeias. Ao trazer esse debate, incentivamos o retorno a uma prática que é fundamental para a saúde e o desenvolvimento das crianças”.
Segundo Aracieli Chamma, a comunidade indígena já conhece a importância da amamentação, mas ainda tem dúvidas, muitas vezes relacionadas à adaptação cultural ou à falta de informação prática.
“Durante a palestra, questões como a pega correta, o tamanho do estômago do bebê e formas de aliviar a dor foram esclarecidas. Isso reforça a confiança das mães e ajuda a manter o aleitamento como prioridade”, aponta.
A profissional destaca que o Casai, com o apoio do Distrito, realiza este tipo de atividade voltada para os mais diversos temas, sempre baseada em campanhas do Ministério da Saúde.