O Projeto de incentivo às políticas de ações afirmativas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aproximou estudantes negros e negras do fazer científico a partir de curso sobre escrita acadêmica promovido pelo Coletivo Negro Universitário (CNU-UFMT). Agora, no início de dezembro, os estudantes responsáveis pelo projeto “Na Txintxa: Descomplicando a escrita acadêmica!” participam da I Jornada Internacional de Linguagem e Racismo promovida pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
“O projeto foi criado na expectativa de que os e as estudantes negros e negras cotistas estejam capacitados para elaborar textos científicos, aplicando os métodos ensinados, impactando na sua formação, disseminando a produção científica e transformando a realidade”, explicam os estudantes Rodolfo Nascimento, Alice Marqueto e Maria Clara Bertulio.
Além disso, dentro da proposta da Jornada, o curso foi construído sobre uma metodologia de educação das relações étnico-raciais. “Essa condução primou por mediar as aprendizagens através da indignação, das perguntas, apontando o racismo na linguagem e disseminando técnicas acadêmicas de leitura crítica em prol de uma escrita autêntica”, completou a pesquisadora Zizele Ferreira, coordenadora pedagógica do projeto.
Entre os destaques do processo, a pesquisadora também afirma que o projeto deixou ainda mais evidente como a falta do domínio técnico da metodologia e linguagem científica não se confunde com incapacidade intelectual. “O projeto mostrou que é possível proporcionar autonomia e autenticidade aos estudantes negras e negros e ingressantes por políticas de cotas. Desde o primeiro encontro, observamos e sentimos respostas positivas em relação ao objeto do curso, apontando que há efetividade nessa trajetória”.
O projeto teve apoio do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre) e da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (PRAE), por meio do edital 2/2022 de fomento ao protagonismo estudantil em ações voltadas para ingressantes por políticas de ações afirmativas.
Os trabalhos são assinados pelas estudante Alice Marqueto, Maria Clara Oliveira Bertúlio, Rodolfo Nascimento e Lupita Amorim, do CNU-UFMT, e pela pesquisadora Zizele Ferreira dos Santos, ligada ao Nepre.
Custos da viagem e sorteio
Para apoiar a hospedagem e alimentação dos estudantes que integram o CNU-UFMT durante a Jornada, o grupo está organizando um sorteio com 4 prêmios: Corte de cabelo com Allison Rangel; Livro “Slam Cheiro de Chita”; Livro “Ontologia de Contos e Poemas - Prêmio Rodivaldo Ribeiro” e um delicioso bolo caseiro.
Para participar basta doar qualquer quantidade para o movimento, entrando em contato com a estudante Maria Clara Bertúlio (65 98115-4669).
O sorteio acontece no dia 3 de dezembro, às 18h, no instagram do CNU-UFMT.